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Conteúdo Extra - #1. Guerra Fria

  • Alex Douglas Severo Vieira
  • 22 de jun. de 2017
  • 10 min de leitura

Introdução

A Guerra Fria pode-se definir como um confronto entre Estados Unidos e a União Soviética, ou conhecida também como URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas, que foram grandes potências que emergiram um cenário nacional após a Segunda Guerra Mundial.

A Guerra Fria é chamada por este nome porque nunca houve um confronto armado direto entre as duas superpotências, Estados Unidos e a União Soviética nunca se enfrentaram em um conflito armado. Apesar disso o termo Guerra Fria já foi utilizado pelos contemporâneos do cenário do pós-Segunda guerra, o termo foi cunhado em 1947 para caracterizar um tenso estado de conflito que emergiu em um cenário geopolítico após a Segunda Guerra Mundial. Além de ser um confronto entre duas grandes potências, a Guerra Fria também pode ser entendida como um confronto ideológico, de um lado capitalismo, de outro o socialismo. É interessante que cada uma dessas ideologias conformava um sistema social econômico distinto, e não só um sistema social e econômico distinto, como também um sistema social e econômico que confrontavam entre si, e cada uma dessas duas ideologias eram lideradas por essas duas grandes potências, no caso a ideologia capitalista foi liderada pelo Estados Unidos, e o bloco socialista liderada pela União Soviética.

Características

As características são muitas, pode-se destacar duas características que permite entender bem a Guerra Fria, uma delas é a corrida armamentista, como um confronto que se deu entre duas superpotências, era sempre importante acumular poder, acumular poder significava possuir armas, e armas cada vez mais poderosas. A imagem que se destaca na Segunda Guerra Mundial é a bomba atômica que os Estados Unidos lançaram sobre duas cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki. Pouco tempo depois em 1949 a URSS também passa a dominar a tecnologia de armas atômicas, então a partir dali a corrida armamentista entre os Estados Unidos e a URSS foi de armas nucleares, e armas cada vez mais poderosas, com poderes de destruição gigantescas. Essa corrida armamentista foi um dos fatores que também acabaram por contribuir para o crescimento da tensão e um medo muito grande, porque caso houvesse uma guerra “esta Terceira Guerra Mundial” seria uma guerra de proporções gigantescas, uma guerra que poderia acabar com o mundo em poucas horas, justamente por isso, talvez, a guerra nunca tenha acontecido, o acúmulo de poder entre essas duas potências foi tão grande que “pagar para ver” até onde o inimigo podia chegar era muito arriscado.

Ordem Internacional Bipolar

A outra característica, é a conformação de uma ordem internacional bipolar, o mundo que emergiu da Segunda Guerra Mundial foi o mundo bipolar, de um lado o bloco capitalista e do outro o bloco socialista, e esta ordem bipolar foi mantida até o final da Segunda Guerra Mundial. É interessante dizer que no curso da Guerra Fria, principalmente nos anos 50, 60 e 70, surgiu um bloco de países que se declaravam “não alinhados”, esses países entendiam que mais importante para eles, mais importante que o conflito leste e oeste (capitalismo e socialismo) era o conflito norte e sul, entre os países ricos e industrializados e pobres e subdesenvolvidos. Então esses países chamados na época de países do “terceiro mundo” simbolizavam um terceiro caminho nesta Guerra Fria, de ordem bipolar.

A disputa entre Estados Unidos e URSS não ocorria apenas no plano territorial, político e econômico mundial. O principal elemento em disputa era a hegemonia militar e tecnológica.

Capitalismo e Socialismo

Segundo o site brasilescola (2016), “socialismo tem como base a socialização dos meios de produção, o bem comum a todos e a extinção da sociedade dividida em classes. Já o capitalismo tem como objetivo principal a acumulação de capital através do lucro”. Confira a seguir as principais diferenças entre o capitalismo e o socialismo.

O capitalismo envolve uma economia de mercado, a um “jogo” entre a oferta e procura, uma busca do lucro. Este “jogo”, é muito importante nessa economia de mercado, quando a oferta é superior a procura, por mercadorias, capitais, serviços, o preço cai, quando a oferta é inferior a procura, o preço tende a subir. Isso não funciona no socialismo, não dessa maneira.

Os países socialistas desenvolvem uma economia planificada, e eles vão procurar a entender as necessidades sociais. Em um país socialista, há um órgão central no governo que vai elaborar um plano, esse plano (geralmente é válido para períodos de cinco em cinco anos), procura identificar as necessidades da sociedade, e ele vai gerenciar todo o funcionamento da economia.

Outra diferença é, nos países capitalistas, há a propriedade privada dos meios de produção. No país capitalista, se tem capital, permite ser proprietário de terras. Estes são os meios de produção, os meios com os quais se produz mercadorias e serviços. Nos países socialistas isso também é diferente, neles os meios de produção são de propriedade estatal, não há propriedade privada, é o estado que vai gerenciar todos os meios de produção, é o estado que tem controles sobre terras, industrias, etc, e através desse gerenciamento ele vai tentar cumprir o que foi estabelecido pelo plano, ou seja, atender as necessidades sociais.

Corrida Espacial

Neste período houve o que se chama de corrida espacial, onde os Estados Unidos e URSS travaram uma disputa muito grande nos avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Para completar as façanhas, os socialistas também foram os primeiros a fotografar a superfície da Lua (em 1959) e os primeiros a enviarem um ser humano ao espaço, em 1961. Dessa forma, no ano seguinte, 1962, os Estados Unidos conseguiram, finalmente, responder à altura com o primeiro voo espacial ao redor da Terra. Já em 1969, ocorreu a tão sonhada visita à Lua pelos Estados Unidos, na missão operada pelos tripulantes da Apolo 11.

Uma coisa curiosa é que, segundo uma reportagem publicada pelo jornal The Telegraph, os americanos planejavam explodir bombas atômicas na Lua como forma de intimidar a União Soviética durante a Guerra Fria. De acordo com o físico Leonard Reiffe, que teria participado do "Projeto A119", como era conhecido, esse plano daria aos Estados Unidos o ânimo que precisavam depois de terem visto os adversários colocarem em órbita o primeiro satélite artificial do mundo, em 1957.

Já o jornal The Sun alega que, para a realização desse plano, os Estados Unidos usariam uma bomba atômica, pois a bomba de hidrogênio seria pesada demais. Entre as pessoas que colaboraram com cálculos avaliados pelo governo americano estava o astrônomo Carl Sagan. Depois, os militares abandonaram essa ideia, por se preocupar com os efeitos colaterais que a Terra poderia sofrer no caso de algo dar errado. Os documentos secretos que comprovam a existência do plano foram mantidos em segredo por quase 45 anos e os Estados Unidos nunca confirmaram formalmente o seu envolvimento nesse estudo.

Neste acirrado período, obteve pactos militares, são eles o Otan e de Varsóvia, em 1949, foi criado a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que atendia aos interesses dos países capitalistas. Os Estados Unidos lideravam a Otan, que financiava a Europa Ocidental destruída pela Segunda Guerra Mundial. Em troca os EUA estimulavam os governantes daquela região a preservar o capitalismo, e além da instalação de armas nucleares controladas pela Otan.

Em 1955 foi feita uma aliança de ajuda militar mútua que atendia aos interesses dos países socialistas. Essa versão da Otan socialista ganhou o nome de “Pacto de Varsóvia”.

Plano Marshall

Houve também o Plano Marshall e a COMECOM, as duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.

O Fim da Guerra Fria

O período que a Guerra Fria se insere vai de 1945 (quando se encerra a Segunda Guerra Mundial) a 1991 (quando a União Soviética é desfeita). Apesar desta delimitação, os historiadores divergem como qualquer datação histórica, mas é importante entender que o mundo que emerge pós-segunda Guerra Mundial é esse mundo do confronto entre Estados Unidos e União Soviética.

A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas “Alemanhas” são reunificadas. Fala-se em uma "nova guerra fria", que se encerra não mais numa situação de certo equilíbrio, mas com a desintegração da União Soviética, o fim do bloco socialismo, Segundo Paulo Gilberto Fagundes Vizentini (professor do curso de Relações Internacionais da UFRGS) (2000): “A Guerra Fria não pode ser reduzida à sua aparência de conflito entre EUA e URSS. Esta imagem é apenas parte do processo e diz respeito ao imediato pós-guerra […]. A Revolução Soviética criara uma base industrial autônoma, capaz de permitir-lhe independência de ação e de fornecer recursos econômicos e militares às revoluções e ao nacionalismo na periferia. Daí a necessidade de conter não uma existente “exportação da revolução”, mas o apoio da URSS às revoluções e rivalidades espontaneamente surgidas no Terceiro Mundo[...] O desenvolvimento nuclear, que constitui apenas um dos resultados da corrida armamentista, serviu para dar coesão aos “blocos” e regular o conflito entre eles. Assim, o fim da Guerra Fria tornou o mundo mais instável, conflitivo e imprevisível, mas ao mesmo tempo descongelou a História mundial. ”

No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev começou a implementar a Glasnost (reformas políticas priorizando a liberdade) e a Perestroika (reestruturação econômica). A União Soviética estava pronta para deixar o socialismo, ruma a economia de mercado capitalista, com mais abertura política e democrática. Na sequência, as diversas repúblicas que compunham a União Soviética foram retomando sua independência política. Futuros acordos militares entre Estados Unidos e Rússia garantiriam o início de um processo de desarmamento nuclear.

Na década de 1990, sem a pressão soviética, os outros países socialistas (Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária, entre outros) também foram implementando mudanças políticas e econômicas no sentido do retorno da democracia e engajamento na economia de mercado.

Portanto, a década de 1990 marcou o fim da Guerra Fria e também da divisão do mundo em dois blocos ideológicos. O temor de uma guerra nuclear e as disputas armamentistas e ideológicas também foram sepultadas.

Conclusão

Com isso conclui-se que, a Guerra Fria foi um período de disputa pela hegemonia de poder entre duas superpotências na época, Estados Unidos e a União Soviética, que buscavam áreas (países), onde pudessem expandir seus domínios.

Foi marcado por uma corrida armamentista, por uma corrida espacial, por guerras de escala local, e também se teve o plano Marshall.

O seu fim foi quando houve a dissolução da União Soviética, já os países que a formavam abriram-se também à economia de mercado, perdendo o sentido a disputa entre ambos.

Pode-se dizer que a Guerra fria foi relativamente “favorável”, pois na parte da corrida espacial, se a mesma não ocorre-se nesse período, haveria um retardo na descoberta cientifica e astronômica, por exemplo a corrida espacial, era uma certa disputa entre as duas potências, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço, e também a URSS foram os primeiros a fotografar a superfície da Lua (em 1959) e os primeiros a enviarem um ser humano ao espaço, em 1961. Já em 1962, os Estados Unidos conseguiram, finalmente, responder à altura com o primeiro voo espacial ao redor da Terra. E em 1969, ocorreu a tão sonhada visita à Lua pelos Estados Unidos, na missão operada pelos tripulantes da Apolo 11.

Até então, se não houvesse ocorrido essa disputa, haveria um certo retardo, pois só iria-se descobrir e executar a primeira foto da superfície da Lua, e a primeira viajem a Lua, muito depois deste período, há 10, ou até 20 anos depois.

Uma coisa super curiosa e bacana, é que a própria internet que se conhece hoje, foi criada durante a Guerra Fria pelos Estados Unidos para um meio de comunicação e de armazenamento de dados que continuasse funcionando mesmo que ela tivesse sido bombardeada. Portanto, a ARPA (agência militar desenvolvida para a criação desse projeto), disponibilizou um financiamento dos estudos e pesquisas acadêmicas que pudesse levar à criação da ARPANET, era assim que se chamava a internet naquela época. No início, o acesso a essa rede estava “fechado” para usos militares, sendo que mais tarde, foi liberado também para o uso acadêmico, e até então usada hoje em dia.

Por fim, acreditasse que este conflito chamado Guerra Fria (que nunca houve um confronto armado direto entre as duas superpotências), foi relativamente bom, a partir da descoberta astronômica e até científica, aliada a tecnologia; partindo de uma visão ceticista, e saindo um pouco do senso comum.

Referências

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